terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Pelotas: doces, formigas e a praia logo ali (II)

O centro da cidade ainda ostenta vários prédios representativos de sua fase de opulência, entre os quais dois pequenos palácios. A sua restauração, no entanto, enfrenta as mesmas dificuldades dos demais prédios históricos do país. Embora as quatro cidades que visitamos tenham seu traçado urbano com características de reticulado, Pelotas é a que apresenta a topografia mais plana. Outra de suas atrações é a Praia do Laranjal, praia de rio no perímetro urbano.

Lugar marcado por notório cosmopolitismo, Pelotas é a Satolep de Vitor Ramil, autor do extraordinário "Ramilonga", disco que revela de forma esplêndida algumas características da alma gaúcha. Das suas onze faixas, três fazem referência à morte. Uma delas escancara o inconsciente coletivo: “não quero morrer de doença... / eu quero guasquear no chão / com um balaço bem na testa / e que seja em dia de festa / de carreira ou marcação”. Nada mais revelador do fatalismo orgulhoso da cultura gaúcha, seguramente herança da primeva ocupação espanhola do território.

Depois de Pelotas, a próxima etapa: a cidade de Rio Grande. A seguir, a Praia do Cassino. Rio Grande é a cidade mais antiga do Rio Grande do Sul e a única a dispor de um porto marítimo, com movimentação anual da ordem de 23 milhões de toneladas. Foi criada em 1737 com a finalidade de assegurar aos portugueses a posse de terras em disputa com a Espanha. A Praia do Cassino é considerada a maior praia do mundo, "a praia do Guinness", com 220 quilômetros de extensão. Estende-se da barra do Rio Grande à barra do Chuí. Sua principal atração são os dois molhes artificais, construídos com pedras enormes para facilitar a navegação dos navios de maior calado. Vagonetas impulsionadas à vela e tração humana levam os turistas até o final dos três quilômetros de molhe.
Os molhes e as vagonetas

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