terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Pelotas: doces, formigas e a praia logo ali (I)

Pelotas, a Princesa do Sul, nosso ponto de encontro, alcançou no passado um grande progresso graças ao comércio de charque. A riqueza acumulada permitiu a construção de sobrados e palacetes, muitos edificados por engenheiros europeus, ainda existentes como testemunhas do período de fausto. Atualmente a cidade é grande produtora de doces e o município o maior produtor nacional de pêssegos. O ponto alto do seu calendário é a Fenadoce, Feira Nacional do Doce, que ocorre anualmente no mês de junho. Para dar maior visibilidade a esta especialização comercial, em suas praças principais, a exemplo das vaquinhas da "cow parade", estão espalhadas simpáticas e coloridas formiguinhas.
Paula e uma formiguinha

Nosso primeiro passeio foi à Charqueada São João, que ganhou projeção recente por ter sido o local cenográfico da série de televisão "A Casa das Sete Mulheres". A Rede Globo revitalizou a sede do estabelecimento, hoje local de visitação e de realização de eventos. A Charqueada São João, cuja construção foi concluída em 1810, além de ser um legado de época que foi preservado, o que é louvável, principalmente porque a atividade de produção de charque encerrou-se em 1837, conserva ainda rico mobiliário e um acervo de apetrechos utilizados na submissão dos escravos. Possui detalhes quase folhetinescos, como saídas falsas construídas para que os senhores pudessem manter-se a salvo de eventuais inimigos ou de sedições dos escravos. A casa e o jardim preservam vários elementos de inspiração maçônica. São João é a mais célebre das charqueadas remanescentes. Um passeio de barco facilita a visita a outras duas na vizinhança, todas à margem do Rio Pelotas.
A Charqueada São João

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