terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Lavras, onde o passado entreabre um olho (I)

De Bagé a Lavras do Sul uma epopéia rodoviária. A estrada é de terra e inacreditavelmente tosca. São apenas 72 quilômetros. Que os nativos cruzam em pouco mais de uma hora. Nossa van, de extração escolar e acostumada a trajetos urbanos, trepidou tanto que se aproximou da escala Richter. Percorreu o trecho em duas horas e meia.


Ao chegar, um problema não previsto: a hospedagem. Uma equipe da Rede Brasil Sul de Televisão – RBS TV estava na cidade colhendo depoimentos para a série “Histórias Extraordinárias”. Na década de 50 apareceu em Lavras um certo Mister Bosch, holandês que se arranchou na cidade. Muito simpático, foi inclusive professor particular de inglês. Do mesmo modo repentino como chegou, algum tempo depois arrumou todos os seus pertences e desapareceu de forma misteriosa, deixando tudo na casa aonde residia. Como nunca mais retornou, em 1990, quando supostamente já teria falecido, seus baús foram abertos. Tinha de um tudo, digamos. No meio do estranho legado diversos aparelhos de geodésia, atualmente expostos na Casa de Cultura do município. O episódio incendiou a imaginação de todos, supondo-se que pudesse ter sido alguma espécie de espião. Lavras recebeu seu nome por conta da atividade de exploração de ouro, que no início do século passado trouxe para a cidade ingleses e belgas.

Com as vagas de hotéis e pousadas ocupadas pela equipe da RBS, tivemos que nos socorrer com alguns arranjos de última hora. Uma tia, dona Geny, e uma antiga professora da época de primário, profa. Irma, deram abrigo aos nossos que não conseguiram acomodação.

Um comentário:

Ana disse...

Bom ler teus posts sobre Lavras!

Um abraço!