No primeiro dia do ano de 2012, Carlos Heitor Cony publicou na Folha de São Paulo uma crônica com o título “Ad repellandas tempestastes”, ou seja, para repelir tempestades. Ao considerar tudo o que aconteceu no ano recém findo, ao invés de alvíssaras preferiu prevenir-se contra novas calamidades. As quais, acrescento, não se referem somente a desastres naturais nem a conturbações políticas, mas podem também desabar sobre o contexto pessoal ou familiar.
Para esconjurar possibilidades funestas, Cony lembrou de uma oração de seus tempos de seminário, rezada em horas críticas, a referida “Ad repellandas tempestastes”. É em latim, que, no seu entender, parece ser uma língua bem aceita lá em cima. Para quem tiver o interesse de associar o fervor de suas preces a este propósito, a oração está transcrita aí embaixo, tal como é encontrada no Missale Romanum de 1957.
A DOMO tua, quaésumus, Dómine, spiritáles nequítiae repellántur: et aëreárum discédat malígnitas tempestátum. Per Dóminum.
OFFÉRIMUS tibi, Dómine, laudes et múnera, pro concéssis benefíciis grátias referéntes, et pro concedéndis semper supplíciter deprecántes. Per Dóminum.
OMNÍPOTENS sempitérne Deus, qui nos et castigándo sanas, et ignoscéndo consérvas: praesta supplícibus tuis ; ut et tranquillitátibus hujus optátae consolatiónis laetémur, et dono tuae pietátis semper utámur. Per Dóminum.
Embora nem todo mundo conheça latim, este é um caso em que o cidadão pode não saber muito bem o que está dizendo, mas o omnisciente Altíssimo sabe o que está sendo dito. E Sua misericórdia é infinita. Oremos, pois.
-oO)(Oo-
3 comentários:
Apesar de ter estudado latim durante os 4 anos de ginásio e lido desde o Ludus Primus até o Ludus Quartus, não aprendi nada e não consigo entender a oração, mas não importa, porque me comunico com Deus na boa língua portuguesa.
Muito bem Raimundo. Este é seu primeiro post depois da asa partida, que a maioria não descobriu do que se trata. Suponho que a asa esteja se recuperando ...
Ila
Creeeedo, vou aderir. Xô, coisas ruins!!!!!
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