O registro de um mimo e recomendação de leitura
Minha colega de faculdade, Ruth Wigner, enviou-me o livro acima: “Vozes da legalidade: política e imaginário na era do rádio”, de Juremir Machado da Silva, publicado pela Editora Sulina em 2011 e já em 5ª edição. O livro foi comprado na Feira do Livro de Porto Alegre, que este ano comemorou sua 57ª edição. Iniciativa brilhante e que a cada ano alcança pleno êxito.
Uma ocasião, quando já estava na universidade, em Porto Alegre, coisa aí pelo final dos anos 60, fui à Feira e estava xeretando em uma banca para ver as novidades. O livreiro, um sujeito grandão, com jeito de quem estava meio enfadado, perguntou se eu estava interessado em alguma coisa. Pra desconversar, disse que estava procurando alguma coisa leve. Na mesma hora ele rapidamente me passou o livro “A era da incerteza”, de John Kenneth Galbraith, que não era leve nem no conteúdo nem em sua dimensão física, sendo um cartapácio de quase 400 páginas. Fiquei com a nítida impressão de que o cidadão queria se livrar daquele livro. Achei prudente agradecer e fui visitar outras bancas com livreiros de melhor astral.
Mas o registro do “Vozes da legalidade” se deve não só à gentileza do presente, acompanhado de carinhosa dedicatória, mas também porque se trata de um trabalho cuja leitura é recomendável. Em especial para quem quer conhecer os bastidores do episódio em que Leonel Brizola, então Governador do Rio Grande do Sul, organiza uma rede de rádios, a Cadeia da Legalidade, comandada pela Rádio Guaíba, de Porto Alegre, que desencadeia um movimento de mobilização popular que acabou viabilizando a posse de João Goulart na presidência. Jânio Quadros havia renunciado e os militares queriam impedir que Jango, então em viagem ao exterior, assumisse o cargo. Mas a leitura é também recomendada para quem tiver interesse em ler um bom texto sobre nossa história política. É um livro quase coloquial, de leitura fácil e saborosa, resultado de um primoroso trabalho de pesquisa e de entrevistas com grandes nomes da política da época. O autor é jornalista, radialista, professor, historiador e Doutor em Sociologia.
Um sugestão de pesquisa
Carlos Renato B.da Silva comenta com muita gentileza os textos memorialísticos que tenho publicado. Em um dos comentários postados, ele sugere “resgatar um período um tanto desconhecido dos lavrenses que é a época do Cultivo do trigo e do Comando Agrícola Marema LTDA”. Acrescenta que uma consulta aos dados de produção do município auxiliaria na pesquisa.
A sugestão é preciosa. No entanto, pelo meu distanciamento físico de Lavras do Sul, que em linha reta dá mais de dois mil quilômetros, divulgo a sugestão para quem tenha a condição ou interesse de desenvolvê-la, pois supõe a possibilidade de ter melhor acesso a dados estatísticos disponíveis em órgãos da Prefeitura, do IBGE ou do Governo do Estado. Além, naturalmente, da disponibilidade de consulta a cidadãos que viveram a época e que possam dar seu depoimento e testemunho. O PATO VELHO está à disposição para publicar os resultados deste trabalho.
Novas perspectivas para as ouvidorias públicas
A Ouvidoria-Geral da União está desenvolvendo uma série de atividades e projetos relacionados às ouvidorias públicas, a exemplo dos estudos para a formalização de marcos legais que assegurem a formação de um sistema federal de ouvidorias, a instituição de uma identidade administrativa e orçamentária para as ouvidorias, além do estabelecimento de normas que resultem em uma nova organização do processo de análise das manifestações.
Como etapa preliminar e para melhor conhecimento do universo e das condições em que atuam as ouvidorias públicas, a Ouvidoria-Geral da União promoveu a aplicação on-line de dois levantamentos: um questionário para identificar a percepção dos ouvidores sobre sua atividade e outro voltado para a obtenção de informações operacionais. O responsável pela coleta e análise desses dados é o Prof. Doriam Borges, Doutor em Sociologia pelo IUPERJ e professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UERJ. Para complementar seu trabalho ele entrevistou os ouvidores dos diversos ministérios. Nas fotos abaixo, registro de sua passagem pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
A partir da esquerda: o Ouvidor-Geral do MCTI, Prof. Dr. Doriam Borges
e Eduardo Ramos Ferreira da Silva, Ouvidor-Substituto do MCTI
Um momento raro: o Ouvidor está falando
No corrente mês, como resultado de parceria formada entre a Ouvidoria-Gral da União e o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), foi realizado o encontro Novas Tecnologias para Ouvidorias, com o objetivo principal de identificar as necessidades das ouvidorias em Tecnologia da Informação (T I), especialmente em face da implementação da Lei nº 12.527/2011, de Acesso à Informação Pública. Na oportunidade, foi apresentado o sistema que o Serpro desenvolveu para gerenciamento eletrônico das manifestações recebidas pelas ouvidorias, na forma de software livre.
As palestras do encontro podem ser assistidas por meio do seguinte endereço: http://assiste.serpro.gov.br/ogu. O software desenvolvido pelo Serpro está disponível em: http://softwarepublico,gov.br. Procure por “Sistema de Ouvidoria”. Para download é necessário cadastro prévio.
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