segunda-feira, 23 de junho de 2008

ATLÂNTICO

Emanuel Medeiros Vieira

Imperfeitos,
singraram o Atlântico,
mãos ansiosas, mapeando novas terras,
bússolas afetivas,
acalentando sonhos distantes,
peles queimadas,
gosto de sal na boca
(tanto mar, tanto mar),
febre, malária, fibra e pranto.

Na cadeira de balanço -
depositário da memória da tribo,
contemplo a caravela de madeira, pai, mãe, tio violinista,
um agregado louco,
penso no Atlântico,
velas ao vento,
astrolábios,
à beira do poço do passado,
mais fundo do que o suportável pela memória – não acaba
nunca -, proclamo,
“terra à vista, terra à vista”.
(Alvíssaras)

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