Poema de Emanuel Medeiros Vieira
Cidade das mangueiras em flor,
dos fundadores da utopia,
candangos, barro vermelho, florzinhas do cerrado
pássaros, encantos cerrados,
cidade do amolador de facas
ela tem esquinas sim, mas é preciso decifrá-las),
da louvação às primeiras chuvas,
terra molhada em janeiro
Não, meu coração não quer saber da urbe palaciana,
dos maquiáveis planaltinos,
intrigas com soda cáustica.
Cidade dos criadores,
Da mistura de tantas raças, vários brasis
(ah, a moça tomando sorvete no ponto de ônibus).
Cidade do meu viver e do meu sobreviver,
de todos os sonhos,
das linhas retas do arquiteto,
e cidade do meu repouso.
Um comentário:
"Olho o mapa da cidade como quem examinasse a anatomia de um corpo...
É nem que fosse o meu corpo.
Sinto uma dor infinita das ruas de Porto Alegre, onde jamais passarei.
É tanta esquina esquisita, tanta nuança de paredes, há tanta moça bonita nas rua que não andei.
E há uma rua encantada, que nem em sonhos sonhei.
Quando eu for um dia destes, poeira ou folha levada no vento da madrugada, serei um pouco do nada:
Invisível, delicioso, que faz com que teu ar pareça mais um olhar:
suave mistério amoroso, cidade do meu andar... e talvez, do meu repouso"
O MAPA - Mário Quintana.
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