segunda-feira, 6 de junho de 2011

ACORDEON, GAITA, SANFONA E A CLAVE DE FÁ


 
BAR E CHURRASCARIA FREITAS
APRESENTA

MUNDICO DOS TECLADOS

Atração de Hoje à Noite



Pois é! Tivesse perseverado no ofício e a manchete aí de cima poderia ser realidade. 

Com a instalação em Lavras da filial do Liceu Musical Palestrina, sede em Porto Alegre, fui matriculado no curso de acordeon. A família queria um pianista, mas a falta de recursos só permitiu um teclado mais modesto, o do acordeon. O meu era Todescchini.

Foram três anos árduos tentando ver se me estabelecia no ramo. Em 1958 concluí a 1ª série do curso de Acordeon - Teoria e Solfejo, com grau 10 – com distinção. Prossegui até 1961 quando alcancei o Diploma de Teoria e Solfejo.

 
Apresentação pública do Liceu

O diploma arduamente conseguido, depois de noites em claro por conta da clave de fá:


O recebimento do diploma:

Cecília, professora do Liceu, e Dr. Breno Bulcão, prefeito da cidade

 
Com as colegas, o prefeito e o pároco, Pe. André

Foi mais uma ilusão que ficou para trás. Não concluí o aprendizado por falta de predicados. O que me excluiu das benesses de um mecenas local, nostálgico das típicas de Buenos Aires, que pagaria os meus estudos no caso de dedicação exclusiva ao bandoneon. Apesar de o incentivo pecuniário, ficou apenas na imaginação o terno de risca de giz, o bigodão e o lenço branco no colo, para apoiar o instrumento. Enfim, provavelmente ganhou a cena artística brasileira, ganhou Lavras. Embora às vezes bata lá no fundo alguma nostalgia pela oportunidade perdida de ser um artista de cabaré. Na música “Dinheiro em Penca”, gravada junto com Tom Jobim e Miúcha, Chico Buarque canta em sua parte: “Eu também já tive um tio / que virou velho gaiteiro...” Quem sabe? Melhor não.

Na verdade, aconteceu o seguinte: no mesmo ano em que concluí o curso de acordeon fui para Bagé realizar o 2º grau, curso científico, e não dava para compatibilizar as duas coisas.

2 comentários:

Rosamaria disse...

Foi uma pena não continuares, Raimundo. Pelo teu desempenho em tudo o que fazes, o cartaz não seria na churrascaria do Freitas, poderia ser até no Teatro Colón.
Bom ver todo este pessoal aí.
Confesso que gostaria muito de ver todas as tuas fotos.
Um abraço

Anônimo disse...

Perdemos o talento musical mas o literário revela-se a cada novo post
Madu