terça-feira, 11 de agosto de 2009

LIÇÕES DE MEMÓRIA

Estimado Cacau,

Pediria tua atenção - apesar do escasso tempo e da agenda cheia -, e a inserção de (parte) de minha meditação no teu precioso espaço.
Muitos repudiam as minhas críticas ao PT, sob a alegação de que "outros fizeram o mesmo". É um álibi facilitário: como malfetorias antigas justificassem as novas

Lembrando: na CPI de caso PC Farias (que levou à queda do oligarca de Alagoas), Renan comparou Collor a Nero e a Calígula.
Sarney acreditava que o "sereno" ex-presidente era um discípulo aplicado de Goebbels (o "assessor de imprensa" de Hitler...).
Lula, na campanha de 89, disse que Maluf era um trombadinha perto do "grande ladrão" que era Sarney.
Collor chamava Sarney de político de segunda classe e apadrinhador de corruptos.
Na TV, o "Caçador de Maracujás" (segundo o presidente) chamou Lula de "cambalacheiro".
(Nem preciso lembrar que Collor colocou na TV a ex-mulher do defensor de Sarney, Miriam Cordeiro, para chamar Lula de racista e de ter oferecido dinheiro para ela fazer um aborto.)
São "bons companheiros" (no sentido dado por Scorsese no filme homônimo).

A "academia" tem medo de criticar o Lula porque ele veio do povo. Pobreza não é álibi ético para ninguém.
Lula internalizou o espírito oligárquico da Casa Grande, como fosse donatário de capitania hereditária. Incorporou todos os vícios do patriciado brasileiro.
Sua visão de mundo antecede a Revolução Francesa, pois acredita que alguns homens têm mais direitos que os outros ("Sarney tem história suficiente para que não seja tratado como se fosse uma pessoa comum", disse em 17 de junho deste ano).
A lei é para nós, não para eles.
(Eu sei, um dia será preciso contar toda a história da privataria dos governos passados e de todas as trapaças.)

Sinceramente, da minha parte, não aguento mais as metáforas imbecilizantes do Lula, sua onipotência autoritária, seu desprezo pela inteligência e pela cultura, seu cesarismo tupiniquim, e a manipulações das populações mais carentes e desinformadas.
Tem muita popularidade? E daí? Médici também tinha.
Não esqueçamos que, há muito tempo, na hora dramática, a plebe optou pelo ladrão em vez de ficar com Jesus.

Grato pela atenção,

Emanuel Medeiros Vieira

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